Sobre Cloud Broker

Cloud Broker é um “modelo de serviço” emergente no universo de Cloud Computing, e principalmente aqui, no mercado Brasileiro. Com diferentes entendimentos, criado pelas organizações que lidam com o paradigma da nuvem. Um Cloud Broker nada mais é que uma entidade (real ou virtual) que gerencia o uso, o desempenho na entrega de serviços em nuvem, além de viabilizar negociações e relacionamento entre provedores de nuvem e seus consumidores.


Aparentemente a definição é simples, mas à medida que o modelo de computação em nuvem cresce e amadurece, está se tornando cada vez mais evidente que, a complexidade envolvida na implementação eficiente da intermediação de nuvem autônoma/manual deixa o desafio em aberto, sem uma conclusão imediata….

Sobre a definição da NIST:

De maneira resumida: A NIST define um Cloud Broker como “Uma entidade que gerencia o uso, desempenho e entrega de serviços em nuvem e negocia relacionamentos entre Cloud Providers e Cloud Consumers.” A NIST também define a categorização dos serviços como Serviço de Intermediação, Serviço de Agregação e Serviço de Arbitragem. Enquanto a intermediação se relaciona com a prestação de serviços de valor agregado ao consumidor, e ao melhorar alguma capacidade específica, a agregação está relacionada à integração de múltiplos serviços em um novo modelo, e fornecendo o mesmo para o consumidor final. A Arbitragem, por outro lado, é uma versão estendida da agregação onde os serviços não são fixos, eles variam, e os serviços oferecidos são selecionados com base em um algoritmo que pode ter uma lógica específica de uso. O Cloud Broker retém o direito de usar um serviço específico de base e uma métrica predefinida que pode ser o custo ou a eficiência do serviço oferecido pelo provedor.

Sobre a definição do GARTNER:

O Gartner, por outro lado, define o Cloud Broker como “Cloud Services Brokerage (CSB)”, sendo uma função de TI e um modelo de negócios no qual uma empresa ou uma entidade agrega valor a um ou mais serviços de nuvem (públicos ou privados) em nome de um ou mais consumidores desse serviço através de três funções principais: agregação, integração e personalização. De acordo com o Gartner, o CSB tem dois papéis bem distintos e estes podem ou não ser executados por uma única entidade. Um facilitador do CSB, o primeiro papel, fornece tecnologia para implementar o CSB, e um provedor do CSB, o segundo papel definido, oferece tecnologia, pessoas e metodologias combinadas para implementar e gerenciar projetos relacionados ao CSB. O Gartner disponibiliza outros materiais, mas você vai precisar de uma conta para poder acessar os documentos, segue: Market Guide for CSB e Adapting IT to Become the CSB

O que eu penso sobre este tema:

  1. Sim, existem empresas especializadas - As empresas que se intitulam como Broker, no geral, são especializados nos tópicos de right-sizing, preço, governança e segurança. Portanto em vez de ficar lidando com o seu time técnico para superar a curva de aprendizado do business mindset 101, 🐺 ,delegue isso para um Broker, sem dúvidas você ganhará tempo e eficiência
  2. O Broker possui um melhor relacionamento com os provedores de cloud - Todas essas vantagens e mais podem não ser possíveis se “você” estiver tentando por conta própria. No entanto, com um Broker que tenha ótimo relacionamento com um ou mais provedores de cloud, e que tenha experiência na proteção de clientes com seus ativos em nuvem, sem dúvida algum, você terá acesso a oportunidades que, novamente, sozinho talvez não consiga.
  3. O Broker pode resumir sua fatura - Imagine você consumindo vários serviços em cloud (PaaS, SaaS, IaaS e etc), se o Broker tiver relacionamento com todos os provedores que a sua empresa estiver usando, eles poderão condensar várias faturas em uma única, facilitando o gerenciamento e o acompanhamento. Isso pode não ser incrivelmente importante para o departamento de TI, mas a equipe de contas a pagar vai adorar você! 😍
  4. O Broker pode assumir atividades, diminuir o seu ônus operacional - Muitas empresas vem adotando a ideia de transformar o seu time operacional em um “mini-Broker”, com o objetivo de diminuir os gastos com terceiros e serviços com “ausência de previsibilidade”, e isso não é de todo ruim, mas eu diria assim: nem eu nem você, rs, tenha pessoas em seu time para sim, validar e consumir estes serviços, e talvez abaixo delas, tenha múltiplos prestadores “destes tipos de serviços”, compondo assim, no estado final, uma operação de Broker.

E aí vem a pergunta, como eu escolho uma empresa para ser meu Cloud Broker ou monto um time para isso? Bem, na minha percepção, você deverá procurar, além do que já foi dito aqui, as seguintes competências:

  • Governança - Qual o modelo de governança que ele utiliza no seu dia-a-dia e qual ele pretende lhe apresentar, e se está imbuído na cultura ágil, por exemplo. Segue link do Manifesto Ágil

  • Nível de Parceria e Competências - Olhando os principais provedores de cloud por exemplo, AWS e Azure, valide qual o nível de parceria o Cloud Broker possui com eles, segue alguns links: AWS Partners e Azure Partners, e claro, suas competências, suas características mais fortes e no que são especializados de fato.

  • Integração, Automação e Ferramentas - O Cloud Broker deve ser seu facilitador tecnológico, ofertando assim soluções de: Billing (Metering & Chargeback), Single Sign-On (Federation), Helpdesk (Ticket Support), Monitoramento e Performance (APM & Analytics), Serviços de Migração, Serviços de Transformação Digital, Serviços de SOC (Cloud Service Security Broker), e todos serviços que de certa forma remetem a lembrança de um Managed Services

  • Serviços Gerenciados(Managed Services) - Ter um time 24x7, consciente de suas necessidades, não somente olhando 24hs por dia uma tela, mas trabalhando de maneira preemptiva, medindo, analisando e atuando como “parceiros” para o seu negócio

  • Segurança - E por fim, o Broker tem que estar apto a entregar “tudo isso”, pautado pelas melhores práticas e pelos melhores desenhos de segurança, que um modelo de responsabilidade compartilhada, possa lhe oferecer

Conclusão

Embora a definição da NIST, e todo seu ecossistema tenha sido criado para o cenário federal dos EUA, e a definição do Gartner considere os participantes do setor privado e um consórcio de grandes players como CISCO e INTEL, eu pessoalmente enxergo que eles trilham o mesmo caminho, de uma regra e forma de trabalho básica. Mas a Microsoft, Amazon, Google e outras empresas lançaram algumas soluções no mercado que estão alinhadas com “seus” ecossistemas para interação com o usuário final. Esses grupos estão procurando otimizar apenas “o seu” conjunto de serviços por meio de uma combinação de intermediação e plataforma de infraestrutura. E no fim, 😩 , segurança, integração contínua e aderência aos princípios de Neutralidade da Rede (Internet) são desafios que estão em aberto no ecossistema, e as definições são omissas nestes aspectos.

Há mais trabalho nesta linha de pensamento, e os especialistas acreditam que as definições propostas pela NIST e pelo Gartner irão evoluir com novos casos de uso e novas maneiras de agrupar serviços para os usuários de Cloud.

👀 cya! 🎶🎶🎶

Última modificação: 30 July 2020